::::c::::a::::o::::s::::m::::o::::s:::: Caô Press |
30.8.03
29.8.03
Constatação
Eu tenho medo, muito medo das pessoas de bem. E ando me regozijando com algumas baixarias. Não é nada, não é nada. Só um post de quem bebeu vinho velho guardado na geladeira. Ic! 27.8.03
Categoria especial: A musa de final de agosto de caô press (ho ho ho)
Kate Moss, modelo, ex-anoréxica, atual magra (muito) da jeitosa: ![]() Share my life Stay with me Be my wife 25.8.03
Paulinho da Viola e Sérgio Vieira de Mello
"Se tem dito, e em certa medida isso é verdadeiro, que essa hostilidade face ao movimento, que Parmênides leva a um grau extremo, caracteriza o pensamento grego em geral, e pôde-se mesmo sustentar que ela é uma característica fundamental do pensamento ocidental." Jean Wahl "É uma coisa muito minha ter essa sensação de que todas as coisas que eu vivi, experimentei, senti ou vi estão agora aqui comigo", diz Paulinho da Viola, explicando [para a Folha] por que assegura não sentir saudades de nada, afirmação que tornou-se o ponto de partida do documentário sobre sua vida. Há quem fale - respeitosamente, é verdade - de mitologia e ilusão a propósito do comovente depoimento de Paulinho da Viola em Meu tempo é hoje, filme roteirizado por Zuenir Ventura e dirigido por Izabel Jaguaribe. Faz sentido. Fala-se muito em teorias fantásticas sobre viagens no tempo, mas na prática vive-se uma experiência do tempo rala, à imagem de nosso entendimento. Assim, não é de espantar que, quando Paulinho descreve, da maneira mais simples e direta possível, sua (refinada) experiência do tempo, acabe causando tanta incompreensão. Mas Paulinho sente (o tempo) corretamente, e ele sente corretamente porque pensa corretamente. Nesse sentido, para quem tem olhos para ver, o filme é uma singela e autêntica aula de filosofia. Paulinho, mesmo que não o saiba, é um bergsoniano. Ele sabe que falar em "saudade do passado" é, não uma redundância, mas um contrasenso. Não podemos ter saudade daquilo que é. Pois o que passa é o presente, e não o passado. Entre presente e passado há uma diferença de natureza. O passado não "passa" jamais. Ele coexiste (inteiro) com cada presente que passa. Mas se é assim, a saudade muda inteiramente de sentido e de valor. Se é impossível sentir saudade do passado - pois não podemos sentir falta daquilo que nos pertence - então toda saudade é saudade de um presente (que já não existe). E nesse sentido, ela é reacionária, ela nega o tempo, nega a passagem, nega o presente que está a passar por um que já passou. Não estou inventando nada disso. É Paulinho quem, à sua maneira, diz todas essas coisas no filme. Está tudo lá. E ele também diz que não tem pretensões de ver sua maneira de sentir e de pensar erigida em exemplo; habilmente, foge do papel de mestre, da função de pai. Há mais do que modéstia ou dignidade nesse gesto. É que Paulinho sabe que a compreensão do tempo só se produz no... tempo. Não dá para queimar etapas. Mesmo a mais súbita iluminação não vem do nada, mas é a culminação de um processo. Só que não temos muitas alternativas. Se queremos ser algo mais do que sombras, se queremos ser mais do que receptores de fantasmas, então toda a nossa relação com o tempo (e com a vida) deve mudar radicalmente. E nesse processo, a saudade, esse patrimônio da língua nacional, acaba perdendo sua positividade como sentimento. Obviamente, não se trata de abolir a memória, e nem mesmo as lembranças. Trata-se de fazer da lembrança estímulo e enriquecimento do presente. "Apontá-la" para o futuro, fazê-la trabalhar a serviço da criação, ao invés de soterrar o presente (e mais este, e mais este) sob o peso de nossas queixas. Interessante o meu domingo. Carregado de Iberê Camargo, descobri um Paulinho da Viola filósofo, e horas depois descobri que Sérgio Vieira de Mello gostava de Bergson. Ora, faz sentido. Faz sentido. 20.8.03
O que o atentado de hoje mostra já estava claro: os EUA não têm controle sobre o Iraque – como não o têm sobre o Afeganistão. No país centro-asiático, as operações de guerrilha do Talibã estão aumentando em freqüência. No Iraque acontece o mesmo. Se não houve resistência militar convencional ao avanço norte-americano, a guerrilha já se estruturava para o dito pós-guerra. Que não é pós, é na verdade a continuação da guerra.
... 18.8.03
O Homem-Chavão e os dez mais do marketing
Um blog que merece ser visitado, principalmente depois de tiradas como esta aqui: Top 10 do consultor de marketing Por seu Pinto preferido (Caprichar na entonação e no sorriso de aeromoça) 1. O ideograma chinês para "crise" é o mesmo de "oportunidade". 2. Um copo meio vazio também está cheio pela metade. 3. Hoje o cliente é o rei. 4. O importante é olhar para onde a bola vai, não para onde ela já foi. 5. Estamos em plena era da informação. 6. A mulher está superando o homem no mercado de trabalho. 7. Uma empresa tem que saber se reinventar a cada dia. 8. É a globalização! 9. O jovem de hoje sabe muito bem o que quer consumir. 10. O importante é focar na qualidade. É praticamente o conteúdo de uma aula que assisti na semana passada.
Canções do homem que saiu de uma pior
![]() Uma palavra sobre "American IV - The man comes around", do Johnny Cash: acachapante. Compre, furte (desde que você não seja visto, é claro), peça de presente ou descarregue do seu p2p preferido.
Frase da semana (passada)
"Eu olho o meio ambiente como um todo". Da governadora do Estado do Rio, aka Rosinha Garotinho, sobre os cortes no Fundo Estadual de Conservação Ambiental. Retirada daqui. 14.8.03
O filósofo é o faxineiro da civilização. Pronto. Eu sou um faxineiro. Meu trabalho é ajudar a varrer as incontáveis camadas superpostas de lixo que nos impedem de enxergar com clareza e até mesmo de respirar. É difícil imaginar um trabalho mais solitário e sufocante.
![]() Lixeiro Filósofo, óleo sobre tela de Roberto Magalhães. 12.8.03
Sobre veados e galinhas (pretas)
Ao responder sobre a agressão sofrida pela prefeita, o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou que o protesto dos estudantes passou do limite. Segundo ele, atirar a galinha na prefeita é como se fosse um veado contra um homem que falasse. Juro que li o trecho sublinhado acima umas mil vezes e não entendi. Como diria mamãe, que tem a ver o c* com as calças? Alguém se habilita a me explicar? 9.8.03
i carry your heart
i carry your heart with me(i carry it in my heart)i am never without it(anywhere i go you go, my dear and whatever is done by only me is your doing, my darling) i fear not fate(for you are my fate, my sweet)i want no world(for beautiful you are my world, my true) and its you are whatever a moon has always meant and whatever a sun will always sing is you here is the deepest secret nobody knows (here is the root of the root and the bud of the bud and the sky of the sky of a tree called life;which grows higher than the soul can hope or the mind can hide) and this is the wonder thats keeping the stars apart i carry your heart(i carry it in my heart) - ee cummings 8.8.03
5.8.03
Depois de um longo e tenebroso inverno...
... um post que é mais uma reclamação: Fuchs, onde está a foto scanea, ops, digitalizada daquele casal simpaticíssimo que você me prometeu enviar? Hein, hein? |